Boletim Política nas Redes

Repercussão no Twitter

Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Eleições

Para a mineração das mensagens a palavra-chave utilizada foi “PRF”. Foram analisadas mensagens retuitadas nos dias 30 e 31 de outubro, ou seja, correspondentes ao dia do segundo turno das eleições presidenciais, e ao dia seguinte.

As narrativas definem dois grupos: um grupo maior, que reúne os atores críticos à operação da PRF no dia das eleições, apontando-a como possível crime eleitoral e manobra golpista contra a democracia; e um grupo menor, o bolsonarista, que apoia a operação.

Na cor verde identificamos o primeiro grupo, que denuncia a operação da PRF. Nesse grupo se destacam políticos, artistas e influenciadores digitais. Muitas mensagens destacam o fato de que a maioria dessas operações acontece no Nordeste, onde o candidato Lula teve maior apoio no primeiro turno das eleições, e não em outras regiões do país caracterizadas por seu apoio maioritário a Bolsonaro, como os estados de Santa Catarina e Mato Grosso. Vários incitam a população a não desistir de votar, ressaltando a importância de poder exercer esse direito. Algumas mensagens pedem a extensão do horário de votação, uma vez suspendidas as operações da PRF. Outras mensagens ressaltam o conflito entre o TSE e a cúpula da PRF: uma intimação do ministro Alexandre de Moraes ao diretor general da PRF, para se abster das operações sobre o transporte público até o final do segundo turno, não teria sido acatada pela força policial. Cobrando ações mais efetivas do TSE e de Moraes, também é ressaltado que muitas das intervenções policiais teriam como objeto o transporte público, particularmente os ônibus, utilizados por um número significativo de eleitores. Algumas mensagens apontam para uma suposta coordenação entre a operação policial e o núcleo de campanha de Bolsonaro, e ao fato de que o diretor-geral da PRF declarou voto e apoio a Bolsonaro nas redes sociais.

Por outro lado, identificados na cor azul, alguns agentes, bolsonaristas, que defendem as operações da PRF. A maioria dos agentes são políticos, e a narrativa desenvolvida tem como eixo central o combate ao crime eleitoral, à suposta compra de votos parte da “esquerda”. Argumentam que os veículos interceptados pela PRF são ônibus fretados pelo Partido dos Trabalhadores (PT), como parte de um esquema ilegal de compra de votos. Outras mensagens apontam para uma suposta apreensão, pela PRF e a PF, de importantes somas de dinheiro destinado a essa compra de votos, chegando a associar esse dinheiro ao narcotráfico. Algumas mensagens atacam o ministro Alexandre de Moraes, por determinar a proibição das operações policiais.
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