Para a elaboração deste grafo foram analisados os tweets de maior difusão falando sobre as urnas eletrônicas entre os dias 29 de julho e 8 de agosto de 2022.
Na cor azul identificamos os grupos que expressam desconfiança sobre as urnas eletrônicas. Esses agentes divulgam narrativas de apoio à interferência das Forças Armadas no processo eleitoral, e defendem o voto impresso. Nessas narrativas, as urnas eletrônicas aparecem como factíveis de serem manipuladas por hackers, ou pelo próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o STF (Supremo Tribunal Federal), instituições que nessas mensagens são apontadas como “inimigas do povo”. Alguns tweets atacam juízes, como Alexandre de Moraes ou Edson Fachin. Outros anexam vídeos antigos editados, nos quais diferentes políticos, como Ciro, Amoedo ou Tebet, aparecem supostamente apoiando o voto impresso, manifestando a necessidade de um registro físico do voto para fins de auditoria da urna eletrônica. Alguns tweets insinuam que o Exército estaria irritado com “os abusos do STF”, e destacam que o Ministério da Defesa estaria pedindo acesso aos códigos-fonte das urnas, incluindo no pedido também dados de eleições anteriores.
Na cor verde destacamos os grupos orientados à defesa das urnas eletrônicas e do processo eleitoral sem intervenção das Forças Armadas. Destacam que a urna eletrônica, implementada no país desde 1996, nunca teve fraude comprovada, é segura e auditável. Alguns tweets destacam a reunião de Bolsonaro com os embaixadores, ocorrida no dia 18 de julho no Palácio do Planalto, onde o mandatário apontou à suposta fragilidade das urnas e à uma suposta parcialidade do Judiciário. Para os agentes identificados na cor verde, é claro que a tentativa de deslegitimar as urnas está atrelada ao medo da atual administração de perder as próximas eleições. Nesse cenário, ter que deixar o Poder Executivo não aparece como uma possibilidade que o oficialismo estaria disposto a assumir, utilizando-se do discurso de que as urnas eletrônicas teriam sido fraudadas para assim deslegitimar a democracia.